FICHA TÉCNICA
PORTÕES DE FOGO
Autor: Steven Pressfield
Ano de Lançamento: 2015
Nº de páginas: 432
Editora: Contexto
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SINOPSE
O rei Xerxes comanda 2 milhões de homens do império persa para invadir e escravizar a Grécia. Em uma ação desesperada, uma pequena tropa de 300 espartanos segue para o desfiladeiro das Termópilas para impedir o avanço inimigo. Eles conseguiram conter, durante sete dias, dois milhões de homens, até que, com suas armas estraçalhadas, arruinadas na matança, lutaram “com mãos vazias e dentes” até finalmente serem mortos. A narrativa envolvente de Steven Pressfield recria a épica batalha de Termópilas, unindo com habilidade História e ficção
RESENHA – PORTÕES DE FOGO
Pelo que morrer? Pelo que lutar? Quando se sabe que o único caminho a frente é a morte, até o mais experiente guerreiro treme e fraqueja, mas os espartanos já se encontram muito além de tais sentimentos. O homem que vai de encontro ao inimigo é o mais vil e sanguinário que o seu coração permite. Quando chega a hora da batalha seu treinamento de uma vida se faz necessário, só há espaço para a carnificina.
“- Em seiscentos anos, assim disse o poeta, nenhuma, mulher espartana viu a fumaça do fogo inimigo. Leônidas levantou os braços e sua face aos deuses. – Por Zeus e Eros, pela Protetora Atenas e pela honra de Artêmis, pelas musas e todos os deuses e heróis que defendem a Lacedemônia, e pelo sangue de minha carne, juro que nossas esposas e filhas, nossas irmãs e mães não o verão agora.“
“Leônidas simplesmente apanhou uma pedra grande e caminhou até um determinado lugar. Ali, pôs a pedra. Ergueu uma segunda e a pôs do lado da primeira. Os homens observavam atônitos seu comandante-em-chefe, que já passara dos sessenta, curvar-se para pegar uma terceira pedra. Alguém berrou:
— Quanto tempo pretendem, imbecis, ficar olhando boquiabertos? Vão esperar a noite toda enquanto o rei constrói o muro sozinho?”
Um ponto a ser ressaltado e essencial para a construção da história, foi que o autor não se prendeu muito a politicagem como em muitos livros sobre guerra, aqui a construção se faz totalmente a partir da filosofia de guerra e o modo de viver dos espartanos que são usados durante todo o livro para nós causar uma sede de conhecimento sobre a cultura da Grécia antiga, mais especificamente de esparta. Quando pensamos em protagonista, percebemos que o autor não se prende a um personagem apenas, já que a história só pode ser contada a partir da coletividade de todos os demais. Steven Pressfield tem uma das mais bonitas escritas que já tive o prazer de ler, é praticamente impossível encontrar um diálogo desperdiçado ou um personagem fraco, aqui a história ganha vida em cada parágrafo. Tudo é dosado de maneira precisa, não há uma só pagina escrita apenas para “encher linguiça”, a famosa gordura de muitos livros cansativos. O Autor é incisivo e vai direto ao ponto sem deixar a desejar em nenhum quesito, dando inúmeras brechas para reflexões, dando resposta a cada pergunta no momento perfeito.
“As trombetas do inimigo ressoaram de além do Estreito. Via-se agora, nitidamente, a vanguarda dos persas, as bigas e o séquito do seu rei.
— Comam um bom desjejum, homens — Leônidas sorriu largo —, pois estaremos todos partilhando o jantar no inferno.
“
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